Até 2006, a geração de eletricidade a partir da força do vento era praticamente nula no Brasil. Uma década depois, o País acaba de saltar para a oitava posição no ranking mundial de geração de energia eólica e assumir a liderança no fator de capacidade, que significa produção efetiva e capacidade instalada. Ainda na expansão de potência, o Brasil se classificou em quarto lugar com 2,7 GW. Os dados são do “Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2015” produzido pelo Ministério e Minas e Energia (MME).
A diferença no aproveitamento de vento para gerar energia foi de 60% a mais do que os outros países analisados. A liderança no fator de capacidade só foi possível graças ao aumento significativo dos avanços tecnológicos em materiais e no porto das instalações, além da escolha de melhores sítios, tornando o rendimento mais eficaz.
O Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, conta que em julho de 2016 o sistema interligado nacional registrou sucessivos recordes diários de geração eólica, chegando ao pico com a produção de 4.877 MWmédios. “É energia suficiente para abastecer aproximadamente 20 milhões de unidades consumidoras residenciais”, diz.
O Nordeste se tornou o principal polo da energia eólica no País, sendo responsável por 82% da energia eólica no Brasil. Segundo Azevedo, a região vem sendo atendida com grande contribuição da energia pela força dos ventos e já conta com geração eólica superior à hidrelétrica e a térmica. Esse avanço reforça um estudo publicado recentemente que afirma que as energias solar e eólica vão ultrapassar hidrelétrica no Brasil até 2040.
O crescimento não para e já há planos de expansão. Até o início de agosto deste ano, estavam contratados 16,6 GW de potência eólica no Brasil. A meta é chegar a 24 GW em 2024 e ser responsável por 11,4% do total mundial, como previsto no Plano Decental de Expansão de Energia (PDE2024).
Atualmente, os Estados Unidos apresentam a maior participação na geração eólica mundial, com 22,9%, mas a China, que está logo atrás com 22%, pode assumir a liderança ainda este ano.
Fontes: PDE2024 e N3E/MME