SÃO PAULO – O acordo que pode ser um divisor de águas na história do aquecimento global está cada vez mais perto de entrar em vigor. A Índia, terceiro país que mais emite gases de efeito estufa, ratificou sua adesão ao Acordo de Paris sobre o clima, estabelecido em dezembro do ano passado durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015 (COP 21).
O objetivo principal do pacto é limitar o aquecimento global em 2 graus Celsius em relação às temperaturas do período pré-industrial. Assim, seria possível reduzir bastante os riscos e impactos das alterações climáticas nas próximas décadas.
Nova Deli, na Índia, foi considerada a cidade mais poluída do mundo em 2015 (Foto: Tsering Topgyal/AP)
Para que entre em vigor, o acordo deve ser aderido por no mínimo 55 países, que somem pelo menos 55% de emissões de gases de efeito estufa. Com a entrada da Índia, o número de nações que aprovaram chega a 62, mas o total de emissões globais ainda é de 52%, ou seja, inferior a meta. O Brasil é um dos países que já ratificou o acordo.
A chave para que o tratado entre em vigor ainda neste ano são os Estados da União Europeia (UE), que estão juntando forças para uma ratificação acelerada e conjunta. Os 28 países-membros representam juntos 12% das emissões poluentes do planeta.
“Todos os Estados-membros dão luz verde para uma ratificação antecipada da UE ao Acordo de Paris: o que alguns acreditavam impossível agora é real”, afirmou no Twitter polonês Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu.
BratislavaSummit starts to bear fruit: All MS greenlight early EU ratification of #ParisAgreement. What some believed impossible is now real
— Donald Tusk (@eucopresident) 30 de setembro de 2016
Agora, a iniciativa do grupo terá que ser aprovada pelo Parlamento Europeu ainda nesta semana e, em seguida, também validada pelos ministros do Meio Ambiente de cada nação.
O próximo passo do Acordo de Paris
Quando a meta for superada, o desafio vai ser ainda maior: implantar o acordo e colocar em prática as propostas apresentadas pelos países. As metas são desafiadoras e, por enquanto, não há penalidade para quem não cumprir sua parte.
A Organização das Nações Unidas preparou um tira-dúvidas completo sobre o Acordo de Paris, que esclarece as principais questões relacionadas ao pacto.
