SÃO PAULO – O Brasil conseguiu, entre 2014 e 2015, interligar 1,9 milhão de domicílios brasileiros ao serviço de coleta de esgoto. A notícia não deixa de ser boa, mas revela que mais de 24 milhões de lares brasileiros (34,7%) ainda não têm acesso aos serviços de esgotamento sanitário, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no fim do mês de novembro.
Segundo a pesquisa, o Sudeste é a região com melhor índice de serviço de saneamento no País, onde 88,6% das casas contam com a cobertura. Todas as outras quatro regiões do País estão abaixo da média nacional: Sul (65,1%), Centro-Oeste (53,2%), Nordeste (42,9%) e Norte (22,6%).
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Em relação ao abastecimento de água tratada, o avanço foi de 1,5%, entre os anos de 2014 e 2015, quando 876 mil domicílios passaram a contar com o serviço. Ao todo, são 58,1 milhões de casas, ou 85,4% do total. O maior percentual é no Sudeste (92,2%), seguido do Sul (88,3%) e Centro-Oeste (85,7%). No Nordeste, a cobertura é de 79,7%, e no Norte, 60,2%.
Aceleração leve e projeção pouco animadora
A pesquisa mostrou que o acesso a saneamento básico teve aceleração leve e que, se continuar nesse ritmo, será necessário esperar décadas até que todos os lares tenham tratamento de esgoto e acesso à água tratada.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, para universalização do sistema de água e de esgoto será necessário um investimento de R$ 303 bilhões em 20 anos. O mesmo Instituto atribuiu, em outro estudo, divulgado no ano passado, que seriam necessários 100 anos até que todas as casas no Brasil tivessem acesso aos serviços de saneamento.