SÃO PAULO – Com índices de saneamento muito baixos, a Índia tem sido celeiro de novas empresas de tratamento de água e esgoto. Uma delas é a Svadha, empreendimento social com foco em saneamento na área rural que tem como conceito oferecer um pacote de soluções para o consumidor rural – desde os tijolos e argamassa para a construção dos banheiros até latrinas apropriadas e soluções de gerenciamento de resíduos sustentável.
O modelo de negócio é baseado na criação e fortalecimento de uma rede de empreendedores locais, já que os banheiros são vendidos por meio de empresários locais que também são treinados para acompanhar a gestão do pós-venda e eventuais reparos.
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Desta forma, o negócio tem dois objetivos: que as famílias tenham banheiros e que empreendedores locais façam dinheiro. Os banheiros são projetados para converter dejetos em adubo, reduzindo o odor do poço.
O modelo inovador e focado em alcançar sustentabilidade e escala ao mesmo tempo fez com que a Savdha fosse selecionada, neste ano, para o Toilet Board Coalition’s, programa de aceleração de empresas que facilitam a participação do setor privado em saneamento.
Vale lembrar que no mundo inteiro, estima-se que 2,4 bilhões de pessoas não têm acesso ao saneamento básico. Desse total, um quarto, ou 625 milhões de pessoas estão na Índia.
Garima Sahai, ex-advogada do Banco Mundial e CEO da Svadha, afirma que o papel da empresa é provar para consumidores rurais que os banheiros não são apenas para ostentação, eles têm relação com saúde. Em entrevista à revista Forbes, Sahai explica que por causa do sistema de castas, os indianos pensam que para construir um banheiro ele precisa ser luxuoso e caro.
De acordo com Forbes, atualmente, o mercado de saneamento rural da Índia está estimado em cerca de US $ 25 bilhões. Deste valor total, entre US $ 10 a US $ 14 bilhões é demanda de banheiros rurais.