Juntos Pela Água

Análise de DNA em águas residuais pode prever epidemias

monitoramento esgoto

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SÃO PAULO – O plano para mudar os sistemas de saúde nas grandes cidades pode começar pelo saneamento básico. Uma equipe interdisciplinar de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, está criando um sistema de monitoramento de águas residuais com o intuito de rastrear patógenos presentes no esgoto.

A ideia é mudar uma lógica já estabelecida há muitos anos nos sistemas de saúde: a resposta às doenças é sempre reativa, médicos e especialistas não podem fazer muito além do que tratar os sintomas relatados por seus pacientes. Com o sistema de monitoramento de águas residuais, a equipe capitaneada pelo professor de engenharia civil e ambiental Craig Criddle pretende pescar e rastrear o DNA de patógenos em águas residuais, podendo prever epidemias antes que elas aconteçam.

“Nós gostamos de chamar [águas residuais] de sentinela da saúde pública” afirma Criddle. De acordo com o pesquisador, esse novo sentinela pode ampliar as respostas a doenças como um surto de gripe, por exemplo. Dessa forma, ele poderia ser detectado precocemente, permitindo que postos de saúde e hospitais se preparassem previamente para atender os pacientes.

Segundo os pesquisadores, as águas residuais podem conter também outras informações genéticas valiosas. “Se cruzarmos essas informações com a informação química, ela pode ajudar no controle de resistência a antibióticos, por exemplo. Assim, correlacionando vestígios de uma droga com tipos de bactérias presentes no esgoto, pesquisadores poderiam ser capazes de ver quando insetos resistentes começam a surgir”, diz.

Fase de teste
O projeto deve ser implantado primeiramente no serviço de tratamento da Universidade de Stanford, que atende cerca de 7 mil pessoas da comunidade universitária. Demonstrando eficácia, o projeto poderá ser usado em outras áreas, fazendo com que as medidas em saúde pública sejam mais proativas.

“A maneira como vemos o tratamento de esgoto está mudando. Uma vez percebidos como um perigo para a saúde, agora notamos que podemos coletar informações que resultem para o nosso próprio benefício”, afirma Criddle.

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