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SÃO PAULO – Qual foi a última vez que você conversou sobre a conta de água? Ou ainda, você sabe como  ela é estipulada? Provavelmente as suas respostas foram não e não. Porém, é importante saber que, mesmo sendo pouco debatida, a tarifa de água pode ser o ponto de partida para uma discussão muito mais ampla como a política de saneamento básico. É isso que defendem especialistas em saneamento e gestão da água em vídeo realizado a partir de debate promovido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

Veja o vídeo:



“Você vê o pessoal discutindo a conta de energia, de celular e até o plano de celular. Agora, o plano de água, a conta de água, ninguém discute”, afirma o fundador da Odebrecht Ambiental Fernando Santos-Reis.

Pode parecer um assunto sem grande interesse para a maioria da população. É bem verdade que muita gente que mora em condomínio nem lembra que essa conta é cobrada, já que ela muitas vezes recai no montante da conta de condomínio. No entanto, a tarifa pode ser determinante para a política de saneamento de um município, por exemplo.

O detalhamento da conta é importante não apenas por questões de transparência.  Já é sabido que a forma como a tarifa é estipulada pode servir de mecanismo para a inclusão social e a preservação ambiental. Afinal, dependendo do preço, é possível estimular o maior consumo de água e até aumentar a desigualdade social.

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“A gente não tem usado as tarifas como instrumento para construir uma política de saneamento”, defende a ativista Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água – articulação da sociedade civil criada em outubro de 2014 para enfrentamento da crise hídrica em São Paulo.

Participaram do vídeo Ana Lúcia Britto, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em planejamento urbano, saneamento ambiental e recursos hídricos; Fernando Santos-Reis, fundador da Odebrecht Ambiental, uma das primeiras empresas brasileiras privadas de saneamento básico; José Bonifácio de Souza Amaral Filho, diretor-presidente da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp); Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, criada durante a crise hídrica e João Paulo Capobianco, presidente do Conselho Diretor do IDS.