SÃO PAULO – As expectativas não são nada boas para a seca no Nordeste. De acordo com o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) , ela deve se agravar ainda mais no período que vai de fevereiro a abril deste ano. A seca na região já dura cinco anos e trouxe enormes prejuízos econômicos.
Segundo o documento MCTIC, as precipitações devem ficar abaixo da média histórica na estação chuvosa e a tendência é que os reservatórios do Nordeste não tenham recuperação significativa. “Por enquanto, se mantidas as características atuais, a previsão é de chuvas abaixo da média histórica no Nordeste”, afirma a pesquisadora do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Renata Tedeschi.
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Os pesquisadores alertam para o “acentuado risco” de esgotamento da água armazenada em represas e açudes, entre novembro deste ano e janeiro de 2018, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco.
“Eles já estão no plano B. E a tendência é piorar, com impactos sociais e econômicos significativos, se esse quadro se confirmar”, disse à Folha de Pernambuco o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo.
Desde dezembro do ano passado foi lançado o sistema Olho N’Água, uma parceria entre o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que faz o acompanhamento do nível dos reservatórios na região do Semiárido.