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Lares brasileiros com crianças de até 4 anos têm menos acesso a saneamento

Criança lavando a mão

SÃO PAULO – Lares brasileiros com crianças de até quatro anos de idade têm menos acesso a serviços de saneamento básico do que residências com crianças mais velhas ou sem crianças. A informação é de um levantamento elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a partir de dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2015. De acordo com o estudo, que foi divulgado em março, apenas 77,1% dos lares com crianças de até quatro anos tem rede coletora de esgoto ou fossa séptica. Em lares sem crianças nesta faixa etária, o índice sobe para 81,2% das casas – uma alta de 5,4%. Atualmente, o Brasil tem 10,3 milhões de crianças nesta faixa etária. Isso corresponde a 5,1% de toda a população nacional.

São muitas as doenças associadas à falta de saneamento básico. A lista inclui diarreia e desinteiras, cisticercose, cólera, poliomielite, teníase, giardíase, hepatite e leptospirose entre outras. Sabe-se, também, que a falta de saneamento é uma das forças que alimenta surtos de vírus como o da dengue, da chikungunya e do zika. Em organismos adultos, plenamente desenvolvidos e saudáveis, doenças como essas podem até levar à morte. Em crianças na primeira infância – com idade de zero a seis anos – o impacto pode ser igualmente devastador. Pior: casos graves de desidratação e infecção podem ter efeitos negativos importantes no desenvolvimento físico e cognitivo de uma criança.

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Segundo o estudo, as maiores diferenças no acesso ao serviço de saneamento básico entre casas com crianças de até quatro anos de idade e casas sem essas crianças foram registradas na região Norte do País. O fato de a região ter mais crianças nesta faixa etária (18,2%, contra 12,2 da região Sul, por exemplo) e ser, historicamente, pouco atendida por serviços de saneamento básico explicariam, em parte, a concentração.

Se a falta de saneamento básico é problema, o fornecimento deste serviço pode ser visto como solução. Sabe-se, por exemplo, que a expansão da rede de esgoto aumenta a produtividade dos trabalhadores, eleva salários, melhora o rendimento escolar das crianças, promove a valorização imobiliária e reduz as internações hospitalares e os índices de mortalidade. Investir em saneamento não só diminui problemas, como cria oportunidades e melhora a vida das pessoas. Principalmente a das crianças.

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