Juntos Pela Água

Como 3 cidades do mundo estão combatendo a falta d’água

SÃO PAULO – Até 2030, a demanda mundial por água deve crescer 50%, segundo levantamento da ONU (Organização das Nações Unidas). Hoje, a má gestão de recursos hídricos é tratada como o principal risco global da década, segundo os presente no último Fórum Econômico Mundial. Nesse sentido, a construção de uma nova cultura de cuidado com a água é agenda para ontem e precisa ser priorizada por todos.

Conheça o exemplo de três grandes metrópoles pelo mundo que estão na linha de frente no combate à falta de água e na gestão eficiente e sustentável do recurso.

Cingapura

Cingapura anunciou a implementação de um plano de economia de água que vai reduzir o consumo de água da cidade-nação de 151 litros por pessoa por dia para 147 litros até 2020. A título de comparação, a média de consumo diário de água nos Estados Unidos é de 378 litros por pessoa. No Brasil, é de 166 litros.

Para conseguir a façanha, além de investir no reaproveitamento da água da chuva, reciclagem de água e dessalinização, Cingapura pretende se concentrar em ações para a conservação da água, o que inclui comerciais de TV sobre a importância de reduzir o tempo de banho para 5 minutos e até a criação de um personagens de desenhos animados que pede para que as crianças economizem água.

Simultaneamente, houve um grande investimento em tecnologias de reúso e reciclagem de água. Cingapura tem dois sistemas separados para coletar água da chuva e água usada. A água da chuva é coletada através de uma rede abrangente de drenos, canais, rios, lagoas de coleta de águas pluviais e reservatórios antes de ser tratada para se tornar água potável. Isso a tornou um dos poucos países do mundo a colher água de chuva urbana em grande escala para o abastecimento de água.

Leia mais sobre o caso de Cingapura

Pequim (China)

Com um quinto da população mundial, a China tem apenas 7% da água do planeta. Assim, a escassez faz parte da realidade do país, que tem população de mais 1,3 bilhão de pessoas. Na capital Pequim, a quarta maior cidade chinesa, com 21,5 milhões de habitantes, o consumo do recurso já supera a oferta de água disponível nos reservatórios da região. As pressões por consumo não se limitam à expansão populacional, elas também vêm da expansão industrial e das mudanças climáticas, que tem provocado episódios de seca com cada vez mais frequência.

Para lidar com a alta demanda e a baixa oferta, a cidade criou o maior projeto de transposição de rios do mundo. Controverso, ele já custou mais de US$ 80 bilhões e deve ultrapassar a barreira das centenas de bilhões de dólares quando estiver concluído. Por canais de mais de mil quilômetros, 45 bilhões de metros cúbicos de água serão redirecionados todos os anos para atender a crescente demanda não só de Pequim, mas de outras grandes províncias na região norte do país.

São Francisco (EUA)

Não é de hoje que a cidade de São Francisco, no Estado norte-americano da Califórnia, é pioneira na adoção de novas tecnologias com objetivo de fazer um uso mais eficiente e sustentável de água. A mando da Comissão de Utilidades Públicas, a cidade foi uma das primeiras, nos Estados Unidos, a atualizar sua infraestrutura de distribuição de água, substituindo, há décadas, canos e de chumbo que distribuíam água pelos bairros por dutos de material mais durável e não tóxico.

Hoje, a cidade é exemplo na adoção da água de reúso e no reaproveitamento das águas das chuvas, além no manejo ultra-eficiente desses diferentes tipos de água. A cidade já usa água de reúso na irrigação de parques, em descargas, no processamento e resfriamento industriais, em chafarizes e outros usos decorativos, na compactação de solo e controle de poeira e na limpeza das ruas, entre outros. Novos usos estão previstos e em estudo.

Sair da versão mobile