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Dia Mundial do Meio Ambiente: a saída dos EUA do Acordo de Paris e o futuro da água

geleira derretendo dia mundial do meio ambiente

SÃO PAULO – Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, e passou a ser comemorada, oficialmente, em 1974. Todos os anos, mais de um milhão de pessoas em 100 países marcam o dia com atividades que lembram a importância do meio ambiente. Este ano, o tema da celebração é “Reconectando as pessoas com a natureza” e a Organização das Nações Unidas instituiu a hashtag #EstouComANatureza para estimular o engajamento nas redes sociais. “Sem sistemas naturais saudáveis, nossa vida moderna começa a desmoronar”, diz o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim. “Uma mudança aparentemente insignificante pode causar efeitos desastrosos”, afirmou.

Em 2017, estamos diante de uma importante mudança nada insignificante e que pode ter efeitos mais que desastrosos no curto e médio prazo. Na quinta-feira (1), o presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou a retirada do país do Acordo de Paris sobre o clima. O acordo foca na mitigação dos impactos sobre o clima do lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre e foi assinado pelo então presidente dos EUA Barack Obama em setembro de 2016.

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Descrito como o mais arrojado da história a tratar do assunto, o documento exige que seus signatários se comprometam a reportar esforços de mitigação das consequências climáticas dos gases de efeito estufa e de adaptação às mudanças que já estão acontecendo por causa do problema. Sem os Estados Unidos entre os 191 signatários, o empenho para atingir os objetivos colocados pelo Acordo de Paris perde parte importante de seu sentido. Os Estados Unidos são o segundo maior poluidor do mundo e têm força política e econômica para influenciar os rumos de esforços multinacionais como este.

Água e mudança climática

Em um primeiro momento, a água parece distante dos temas tratados pelo Acordo de Paris. Mas, segundo levantamento do German Development Institute, um dos mais respeitados think tanks do mundo, estes dois mundos estão intimamente ligados. De acordo com o instituto, a água é o vetor de materialização mais claro das consequências das mudanças climáticas para os seres humanos. Enchentes e secas, alterações nos ciclos pluviais, redução na oferta de água por fontes locais e salinização dos recursos hídricos são algumas das consequências das mudanças climáticas que influenciam a oferta da água que consumimos todos os dias. Os potenciais impactos sociais e econômicos dessas alterações são imensos.

Portanto, a retirada dos EUA do Acordo de Paris deve ter impacto importante sobre as políticas de água pelo mundo. Governos que já vinham se preparando para lidar com a crescente escassez de recursos hídricos e a redução da qualidade da água como consequência das mudanças climáticas podem ter de rever seu preparativos para um cenário ainda pior – caso os EUA, de fato, se retirem do Acordo de Paris.

Segundo especialistas, graças às amarras da assinatura de Obama em 2016, uma retirada completa levaria pouco mais de quatro anos para ser concluída. Até lá, novas eleições nos EUA darão ao povo americano a oportunidade de chancelar – ou indeferir – a decisão de Trump sobre a retirada do país do Acordo de Paris.

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