SÃO PAULO – As empresas de saneamento em operação no Brasil entraram no radar dos investidores. Os negócios no setor podem render aportes que variam de R$ 20 bilhões a R$ 35 bilhões nos próximos anos. A estimativa é de relatório elaborado pelo banco de investimento BTG Pactual, que aponta, ainda, que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) devem ser a modalidade de negócio favorecida. Entre as empresas interessadas pelas operações de saneamento no País estão gigantes internacionais do ramo da infraestrutura como Brookfield, Vinci Partners, Aegea, Itochu e Mitsui, e GS Corporation, segundo apontou o jornal O Estado de S. Paulo.
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Ainda de acordo com o jornal, as prestadoras de serviços de saneamento passaram a interessar os investidores depois de o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) criar um programa de estudos para desenhar modelos de concessão em saneamento, como registrou o Juntos Pela Água em nota de 25 de maio. Atualmente, 17 Estados fazem parte do programa, sendo que 10 já tiveram os estudos técnicos contratados e oito devem entrar para lista em breve. Entre os que já assinaram estão Alagoas, Amapá, Maranhão, Pará, Pernambuco, Sergipe, Acre, Ceará, Rondônia e Santa Catarina. Já os que devem entrar para a lista são Amazonas, Bahia, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.
Força do BNDES
Em alguns casos, existe a possibilidade de o BNDES comprar uma operação de saneamento para depois revendê-la. Segundo a comentarista da GloboNews Cristiana Lôbo, essa é a situação da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), do Rio de Janeiro. De acordo com a comentarista, o BNDES vai comprar a Cedae por R$ 3 bilhões. Diz Lôbo que “o BNDES vai preparar a companhia para ser privatizada e, quando isso acontecer, se o preço obtido for superior a este [R$ 3 bilhões], a diferença será repassada ao Estado”. A decisão teria sido tomada pelo governo federal “para ajudar o Rio de Janeiro a sair da crise financeira em que está mergulhado há mais de um ano”.
O modelo de compra, pelo BNDES, de uma operação de saneamento estadual com vistas à revenda, como foi o caso da Cedae, pode ser adotado em outros estados, segundo o jornal Valor Econômico. A ideia do governo federal com a medida seria ajudar Estados que vivem situação de crise econômica parecida com a do Rio de Janeiro.