SÃO PAULO – Em meio à crise hídrica no Estado, o índice de perda de água tratada em Minas Gerais cresceu de 36% para 37,2% em 2017, segundo levantamento da GloboNews. Em alguns municípios da região metropolitana de Belo Horizonte, como a cidade de Esmeraldas, que tem cerca de 66 mil habitantes, o índice de perdas chega a 70%. Isso significa que a cada 10 litros de água tratada produzida, sete são perdidos – seja na forma de perdas físicas, como vazamentos, ou perdas aparentes, como gatos e outras ligações clandestinas.
Com o intuito de reduzir essas perdas, a Copasa, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais, anunciou que, a partir de 2019, a empresa fixará metas para redução de perdas. O não cumprimento das metas poderá resultar em acréscimos, em curto prazo, na tarifa da água para regiões específicas. Ainda de acordo com a companhia, em simulações, medidas como essa reduzem a tarifa em médio e longo prazo, já que as perdas tendem a diminuir, mesmo em regiões onde, num primeiro momento, elas se mantiveram em nível elevado.
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Vencer o desafio da redução de perdas não será fácil. Em Belo Horizonte, por exemplo, capital do Estado, parte dos 17 mil quilômetros de tubulação tem mais de 100 anos, o que costuma aumentar a incidência de vazamentos. Em regiões menos abastadas, a precariedade da infraestrutura de distribuição de água é uma realidade ainda mais dura.
Perdas no Brasil
Embora hoje os esforços para diminuir o índice nacional de perda de água tratada sejam mais intensos, ele permanece em vultosos 36,7%, de acordo com os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), órgão vinculado ao Ministério das Cidades. Em 2013, quando as perdas estavam em 37%, o Instituto Trata Brasil estimou o volume de água tratada perdida no País em 6,5 bilhões de metros cúbicos ao ano, o que dá 6,5 vezes toda a capacidade de armazenagem do sistema Cantareira, no Estado de São Paulo.
É água suficiente para abastecer 50 milhões de pessoas por um ano. Vendido, esse volume renderia pouco mais de R$ 8 bilhões às prestadores de serviços de saneamento básico, que poderiam reinvestir parte importante desse valor na expansão dos serviços para incluir quem ainda não está na rede e em campanhas em prol do consumo consciente e da redução de perdas.