SÃO PAULO – Um relatório recém-divulgado pelo CDP (Carbon Disclosure Project) sobre as políticas empresariais para gestão de água trouxe uma boa notícia: aumentou o número de companhias que prestam contas sobre o assunto. De acordo com o levantamento, das 4.653 empresas que receberam o questionário do CDP em 2017 sobre o tema, 2.025 responderam – uma alta de 41% em relação aos resultados de 2016, quando 1.432 deram retorno. Mais: entre as empresas pesquisadas, triplicou o número de companhias na “Water A List”, que reúne operações que adotam as melhores práticas disponíveis em gestão de recursos hídricos. O estudo também mostrou que, em 2017, as empresas pesquisadas destinaram US$ 24,4 bilhões a cerca de 1000 projetos no setor espalhados por 90 países.
O preço real da água
Em boa parte do mundo, a água é um recurso que custa relativamente pouco por ser pesadamente subsidiado. Os subsídios, porém, devem desaparecer em um futuro próximo e os custos reais da água chegarão, principalmente, para as empresas cujos produtos dependem desse insumo.
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Ainda que poucas empresas precifiquem, de forma real, a água necessária aos seus processos, está aumentando o número de companhias que fazem esse cálculo. Atualmente, segundo o CDP, 7% das companhias pesquisadas – o equivalente a 53 empresas – já estabelecem um preço próprio para água – sempre mais alto que o cobrado pelas distribuidoras. Colgate Palmolive, por exemplo, estimou que o preço da água que ela usa é, em média, 2,5 vezes o valor oficial.
Já a Diageo, que atua no ramo de bebidas, tem uma ferramenta que ajusta o preço interno da água diariamente e leva em conta riscos que, tradicionalmente, não são considerados na tarifa oficial. A prática permite que a empresa antecipe alterações de tarifa e variações na oferta do insumo. A prática, aliás, é fundamental para que a Diageo consiga atingir a meta que a própria empresa estabeleceu de reduzir, à metade, o consumo de água de suas fábricas em todo mundo.