SÃO PAULO – Uma startup norte-americana fundada por ex-alunos da Universidade Yale quer calcular, em tempo real, as vulnerabilidades econômicas, sociais e de saúde pública colocadas pelas enchentes. Batizada de “Cloud to Street” (“Nuvem para a Rua”, em tradução livre), a novidade é uma plataforma que cruza imagens de satélite, dados de vulnerabilidade social, e hidrologia computacional para criar um entendimento completo dos riscos físicos e sociais das enchentes. A ideia é reduzir as barreiras para o acesso às informações científicas e empoderar comunidades vulneráveis para que elas consigam responder aos desastres naturais.
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Mais enchentes no horizonte
O ano de 2017 acabou como o segundo mais quente da história, segundo informações da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana, em inglês) e da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, em inglês). O resultado foi obtido mesmo sem a ocorrência do fenômeno El Niño – que aquece as águas do oceano Pacífico e aumenta a temperatura média nos continentes -, o que sugere que a tendência de aquecimento segue firme e forte.
E já está mais do que estabelecido que as mudanças climáticas e o aquecimento global aumentam a ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. Nesse sentido, enchentes como as que a “Cloud do Street” quer monitorar devem aumentar em intensidade e frequência. Assim, o trabalho da startup deve crescer em importância. Afinal, para determinar quem é mais impactado pelas enchentes não se pode depender apenas de fatores geográficos, mas também de fatores econômicos, de saúde pública e, fundamentalmente, sociais, como gênero, etnicidade, religião, sexualidade, idade e saúde.
Leia mais sobre o impacto das mudanças climáticas no clima e no saneamento no “ESPECIAL: Saneamento e Mudanças Climáticas”, produzido e publicado pelo Juntos Pela Água no final de 2017.