SÃO PAULO – Até 68% dos paulistanos estariam dispostos a contribuir com uma quantia mensal em dinheiro para viabilizar a despoluição e a revitalização do rio Tietê. Os dados são de pesquisa conduzida pelo Grupo Zap Viva Real que mostrou, ainda, que 21% dos entrevistados daria até R$ 5 mensais, 25% daria de R$ 10 a R$ 20 mensais e 22% daria mais de R$ 20 mensais. Exatos 32% não estariam dispostos a contribuir por acreditar que a despoluição deve ser financiada pelos impostos que já são pagos pelos contribuintes.
Embora a pesquisa tenha ouvido um número reduzido de pessoas – 363 cidadãos – ela revela que o paulistano se preocupa com o rio, se incomoda com sua poluição – 92% se incomoda com o odor e coloração dos rios poluídos – e entende o seu valor. Outro dado revelado pela pesquisa mostra que 82% dos entrevistados acreditam que, se o rio mais próximo de suas casas fosse limpo, seus imóveis se valorizaria.
Leia mais
Poluição da água mata 1,8 milhão de pessoas por ano, diz estudo
ANA: 81% dos municípios brasileiros lançam esgoto sem tratamento nos rios
Sim, dá para despoluir um rio
Um projeto antigo
Segundo matéria produzida pela BBC Brasil pela repórter Letícia Mori, o governo do Estado de São Paulo tenta limpar o rio Tietê há 25 anos. À época, depois de campanha campanha popular organizada pela SOS Mata Atlântica e a Rádio Eldorado, foram colhidas 1,2 milhão de assinaturas para criar o Projeto Tietê.
O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) organizaram linhas de crédito para a iniciativa e o governador à época, e a gestão de Antônio Fleury Filho prometeu limpar o rio até 2005. Hoje, 25 anos depois e com US$ 2,7 bilhões (R$ 8,6 bilhões, em conversão feita no dia 20 de janeiro) investidos, o rio continua poluído. Confira a íntegra do material da BBC que explora as razões para isso.
Cidadãos também estão dispostos a doar para recuperar parques
A pesquisa do Grupo Zap Viva Real também questionou os entrevistados sobre a disposição deles de contribuir, financeiramente, com a revitalização de parques da cidade. Segundo o levantamento, 56% se disseram dispostos a fazer uma “contribuição voluntária” para melhorar os locais – sendo que 73% contribuiriam com até R$ 5 mensais.
Lançamento do livro “Tietê, o rio que São Paulo perdeu”
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, por meio do seu Departamento de Educação Ambiental, a UMAPAZ, realizará um evento em 29 de janeiro, em São Paulo, das 14h às 17h, para o lançamento do livro “Tietê, o rio que São Paulo perdeu – São Paulo, 1890 – 1940”, de Janes Jorge. Janes Jorge é professor do curso de graduação e do programa de pós-graduação do Departamento de História da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É pesquisador na área de História Ambiental, Membro do Conselho Consultivo da Associação Nacional de História, Seção São Paulo (2014-2016 e 2016-2018), e coordenador do Grupo de Trabalho “História Ambiental da ANPUH/SP” (2014-2016 e 2016-2018). O evento é gratuito, mas é preciso fazer inscrição e há somente 100 vagas. Participe!
Serviço
Local: Sede da UMAPAZ – Parque Ibirapuera. Av. Quarto Centenário, 1268.
Pedestres: Portão 7A.
Estacionamento: Portão 7 da Av. República do Líbano (Zona Azul).