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SÃO PAULO – Um time de pesquisadores chineses da Universidade Zhejiang, em Hangzhou, desenvolveu uma estrutura que filtra sais da água com três vezes mais eficiência que a média a partir de trabalho de 1952 do gênio da computação Alan Turing. Segundo a revista Nature, o trabalho usado pela equipe da Universidade Zhejiang para desenvolver o filtro foi o único publicado por Turing no então nascente campo da biologia matemática.

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Famoso por ter quebrado a criptografia usada pelos Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, o inglês Turing é considerado o pai da computação e desenvolveu o primeiro teste capaz de avaliar a capacidade de uma máquina de exibir comportamento equivalente ao de um ser humano. Turing morreu em 1954, sem ver as estruturas que ele previu desenvolvidas.

As fibras tubulares de Alan Turing

As nanoestruturas previstas por Alan Turing em 1952 são fibras tubulares visíveis apenas através de microscopia eletrônica e foram criadas com um tipo de poliamida similar ao nylon, mas modificada por uma série de reações químicas. A partir dos processos concebidos por Turing e aprimorados pela equipe chinesa, essas nanoestruturas se organizam naturalmente, formando uma malha ideal para a filtragem de sais da água.

Embora pouco eficiente para a filtragem do ‘sal de cozinha’, a estrutura é ideal para a separação de cloreto e sulfato de magnésio do solvente universal, e pode ser usada na pré-filtragem de água marinha nas usinas de dessalinização, ou ainda em estações de produção de água de reúso industrial.

De acordo com os pesquisadores chineses, um metro quadrado de filtro usando essa tecnologia filtra 125 litros de água pressurizada a cinco atmosferas. Trata-se de uma eficiência três vezes maior que a encontrada em filtros disponíveis hoje no mercado.

Perseguição

Verdadeiro gênio, Alan Turing morreu em 1954 aos 41 anos depois de longa campanha de perseguição e violência física e mental capitaneada por seu próprio país, a Inglaterra. Turing era gay e foi acusado e condenado, formalmente, em 1952, por sua orientação sexual. Em agosto de 2009, o então primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, pediu desculpas públicas em nome do governo inglês pelo tratamento dado a Turing e a outros gays perseguidos pelo Estado.