Juntos Pela Água

Equipamento transforma sobras de comida em água; entenda como

SÃO PAULO – Duas caixas, com cerca de um metro e meio de altura e três de comprimento, passaram a integrar as ferramentas da cozinha do hotel Hilton, em São Paulo. Trata-se de um novo equipamento, chamado ORCA, que emula o processo de digestão de alimentos a partir de microorganismos. Desenvolvido por uma empresa canadense de mesmo nome, a novidade recupera entre 70% e 80% da água contida nos alimentos por meio do processo de decomposição induzida. A opção pelo sistema também permitiu que o hotel Hilton deixasse de usar até 2,5 mil sacos plásticos mensalmente que seriam necessários para descartar as sobras de alimento.

Leia mais
FAO defende água de reúso para impulsionar agricultura
A questão do reúso em San Diego
World Water Week discute reuso de águas residuais e redução do lixo

O ORCA faz tudo isso usando os mesmos princípios pelos quais o nosso corpo funciona, com a ação de bactérias digestivas que colaboram com a saúde e hidratação do organismo. Ele cria um ambiente térmico e biológico propício para microrganismos se proliferarem e digerirem alimentos, transformando-os em líquido.

Ao contrário do esperado durante a decomposição da comida, a máquina exala odor suave e a substância final tem aparência de argila. A água resultante da decomposição completa pode ser reutilizada para regar o jardim, em atividades de limpeza cotidiana ou para abastecer vasos sanitários.

Expansão na América Latina

Segundo o diretor comercial da ORCA, Matt Wildsoet, a marca está presente em hotéis, escolas e shoppings de 10 países do mundo e quer expandir sua operação na América Latina. Segundo ele,reciclar uma tonelada de comida custa, em média, R$ 200. A solução local transporte de caminhões, o que reduz as emissões de poluentes no tráfego para destinação do lixo.

O ORCA está disponível para aluguel, pois recebe manutenção profissional periódica, e é oferecido como alternativa ao sistema tradicional de coleta de orgânicos. O hotel Hilton é o primeiro a alugar o maquinário no Brasil. A adoção do equipamento faz parte do esforço para cumprir a meta de diminuir em 50% o impacto ambiental no funcionamento da rede mundial dos hotéis Hilton.

Hotel Hilton na Agenda 2030

Em junho de 2018, a rede de hotéis Hilton anunciou, por meio de comunicado oficial, o compromisso de cortar pela metade seu impacto ambiental e dobrar seu investimento em impacto social até 2030. As metas se relacionam a Agenda de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

A rede também pretende dobrar suas transações com fornecedores locais e minoritários, bem como duplicar seu investimento em programas para ajudar mulheres e jovens ao redor do mundo. O hotel informa que, desde 2008, reduziu as emissões de carbono e resíduos em 30%, energia e consumo de água em 20%, poupando mais de US$ 1 bilhão em eficiências operacionais.

Além disso, os objetivos incluem interromper o uso de canudos plásticos, trabalhar com carnes, frangos, frutas, frutos do mar e algodão que provenham de processos sustentáveis, expandir o programa existente de reciclagem de sabão para todos os hotéis e eliminar resíduos de sabão em aterros e, por fim, dobrar o suporte monetário para esforços de ajuda em desastres naturais.

Sair da versão mobile