SÃO PAULO – Em setembro, o furacão Matthew deixou 1,4 milhão de pessoas no Haiti com necessidade de ajuda humanitária. A tempestade foi a mais forte no Caribe em quase uma década e tirou a vida de mais de mil pessoas no país, que ainda não se recuperou do terremoto em 2010. As informações são das Nações Unidas.
O que assusta os cientistas é a rapidez com que o furacão se formou. De acordo com Michael Hann, cientista especialista em clima, Matthew ganhou força mais rápido que qualquer outra tempestade já vista na história moderna. “Basicamente, foi de algo nem considerado como ciclone tropical a uma tempestade com força similar a um furação que, depois, se tornou de fato um furacão de categoria 5”, declarou em entrevista ao jornal Democracy Now.
Ele ainda explica que a intensificação aconteceu na região do Caribe, onde há maior concentração de calor. Além da superfície do mares esquentar, existe também uma camada bem profunda de água quente. Como a água fria não chega à superfície para enfraquecer a temperatura, a força do fenômeno só aumenta.
Tudo isso tem uma assinatura das mudanças climáticas, segundo o cientista. Não só pelo fato da temperatura do oceano no Caribe estar muito alta, mas pela improcedência dos níveis de profundidade das águas quentes. “É o calor que dá energia para intensificar essas tempestades”, diz.
Com o aquecimento global, cientistas preveem o aumento de um metro no nível dos oceanos até o final do século. Na prática, isso significa que furacões como o Matthew poderão se tornar ainda mais devastadores em pouco tempo.