SÃO PAULO – Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um reator para o tratamento de efluentes industriais, que purifica e recicla, por meio da mineralização dos contaminantes, a água dos resíduos industriais.
Os criadores do reator afirmam que o produto pode ser aplicado em setores da indústria com grande passivo ambiental, caso do setor petroquímico, farmacêutico, agroquímico, de alimentos e bebidas, de papel e polpa de celulose e o setor têxtil.
Leia mais:
Água de reúso para a indústria aumenta oferta de água potável para a população
“Atualmente, o desenvolvimento de métodos de reciclagem de água é uma preocupação no mundo inteiro”, afirmou a pesquisadora Ana Maria da Costa Ferreira, líder do projeto, em entrevista à Agência Fapesp.
Para entender seu funcionamento, é preciso voltar para as aulas de química orgânica e inorgânica da escola. O caminho para se obter água purificada passa por um pré-tratamento para separação da fase orgânica (óleo), seguido de várias filtragens, para então, o que foi filtrado, circular pelo reator. Lá, o efluente é tratado com peróxido de hidrogênio, ozônio e luz ultravioleta na presença do catalisador.
Depois desse tratamento, as águas residuais passam a conter apenas compostos inorgânicos (que são retirados por osmose reversa). A partir daí, explicam os pesquisadores, a água pode seguir dois caminhos:ser reutilizada pela empresa ou mesmo descartada nos rios, pois estão de acordo com os padrões estabelecidos pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
O reator foi projetado para a purificação de efluentes complexos, como água saturada com hidrocarbonetos aromáticos, como benzeno, tolueno e xilenos (BTXs), e óleo emulsificado. Caso esses resíduos sejam lançados em córregos, rios e mares, eles contaminam não só os corpos d’água, como também os solos e águas subterrâneas.