SÃO PAULO – Pesquisadores desenvolveram um modelo computacional que prevê, com cinco dias de antecedência, o nível de aumento de um rio, podendo assim, avisar as populações ribeirinhas sobre a necessidade de desocupação das áreas com maior risco de inundação.
O projeto MHD-Inpe, desenvolvido em parceria pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), deve ser aplicado no rio Doce.
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“Nossas estatísticas de desempenhos indicam que o MHD-Inpe mostra resultados promissores para antecedência de até cinco dias. A análise indica que o desempenho depende da escala da bacia e que os resultados são extremamente dependentes da inicialização do modelo hidrológico, o que torna essencial a operação em conjunto com um sistema de monitoramento em tempo real”, disse Javier Tomasella, pesquisador do Cemaden, em entrevista à agência Fapesp.
Com cerca de 850 quilômetros, o rio Doce tem vários afluentes e abastece mais de 200 municípios entre Minas Gerais e Espirito Santo. Há um ano, o rio sofre com as consequências do maior desastre ambiental brasileiro, com o rompimento da barragem em Mariana (MG).
Até então, o principal problema na bacia eram os desastres provocados por fortes chuvas. A alta frequência de casos e a previsão de que eventos extremos aumentem em todo o mundo levaram à instalação de um sistema de alertas contra cheias em 1997. Mas isso não era o bastante, concluiu-se que tão importante quanto um sistema de alerta é a implantação de um sistema de previsão.
Tomasella explica que o MHD-Inpe foi desenvolvido para interagir com modelos atmosféricos em estudos sobre mudanças ambientais globais. O MHD-Inpe está subdividido em módulos de resolução como “balanço de água no solo”, “evaporação de superfície de água livre, áreas saturadas, interceptação e transpiração da vegetação” e “escoamentos superficial, subsuperficial e subterrâneo em cada célula”.