SÃO PAULO – Mesmo sem registrar o fenômeno climático El Niño, 2017 fechou como o segundo ano mais quente da história, apontam dados da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. O El Niño aquece, temporariamente, as águas do oceano Pacífico, o que resulta em temperaturas médias mundiais acima da média. Os anos de 2015 e 2016 tiveram El Niño, o que resultou em recordes de temperatura média anual. A aparente interrupção na sequência de recordes de temperatura com o resultado de 2017 não deve ser comemorada, alertam os especialistas. Infelizmente, a tendência de alta nas temperaturas, como resultado das mudanças climáticas e do aquecimento global não muda com esse registro.
“Apesar de termos registrado temperatura média inferior em 2017 em todas as regiões do mundo, as temperaturas em geral continuam seguindo uma tendência de rápido aquecimento, como vimos nos últimos 40 anos”, disse Gavin Schmidt, diretor do Goddard Institute for Space Studies (GISS), que capitaneia levantamentos como esse.
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De acordo com o levantamento da Nasa, em 2017, a temperatura global ficou 0.90°C acima da média registrada entre 1951 e 1980 – período usado como referência para cálculos dessa natureza. A alta está em linha com o que vem se observando há cerca de um século, e que vem se acentuando nos últimos anos. Incríveis 17 dos 18 recordes de alta na temperatura média mundial registrados desde 1880 aconteceram a partir de 2001.
Aquecimento global e saneamento
A relação entre aquecimento global, mudanças climáticas, eventos climáticos extremos e saneamento básico foi explorada em especial produzido pelo Juntos Pela Água e publicado em 2017. No conteúdo “Saneamento e mudanças climáticas”, você encontra um vídeo com entrevistas feitas com especialistas sobre o tema, um infográfico animado com dados sobre o assunto e um texto completo que explora a relação entre aquecimento global e saneamento.