SÃO PAULO – O Ártico está esquentando mais rápido do que se esperava, superando os índices da região antártica e impulsionado por aglomerados de geleiras no Alasca, Canadá e Rússia, além da vasta camada de gelo na Groenlândia. De acordo com relatório da IOPscience, Antártica e Ártico parecem estar acelerando suas perdas simultaneamente – sugerindo que o aumento do nível do mar nos próximos pode ser ainda maior.
Hoje, os mares estão subindo cerca de três milímetros por ano, segundo a NASA, a agência espacial norte-americana. Isso é impulsionado principalmente pelo Ártico e pela Antártida.
“A taxa de perda de gelo no Ártico triplicou desde 1986″, disse Jason Box para o jornal norte-americano The Washington Post. Box é o autor de estudo recente sobre a situação no Ártico e cientista do Serviço Geológico da Dinamarca e Groenlândia. “Vemos uma aceleração na ascensão do nível do mar. A Antártida provavelmente assumirá a liderança, em algum momento no futuro, mas durante os últimos 47 anos deste estudo, é ponto pacífico que o degelo do Ártico é um dos maiores contribuidores para o aumento do nível do mar”, afirmou o pesquisador.
O que está por vir
Segundo reportagem do Washington Post, nas últimas três décadas de aquecimento global, o gelo mais antigo e mais denso do Ártico diminuiu em 95%. A publicação traz dados do Boletim de Anuários Ártico da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional.
Cientistas dos Estados Unidos, Chile, Canadá, Noruega e Holanda contribuíram para o trabalho. O Ártico também está perdendo gelo marinho flutuante em um ritmo acelerado. A descoberta sugere que o mar no topo do mundo já é outro, com novas características. A mudança traz grandes implicações não só para criaturas como as morsas e os ursos polares, mas, a longo prazo, para o próprio ritmo do aquecimento global.
Mais calor, menos gelo
A perda de gelo velho e espesso e o declínio simultâneo no volume total de gelo são ainda maiores do que a pesquisa indica. O gelo jovem e fino pode se formar com relativa rapidez quando o inverno escuro e frio se instala, mas não acrescenta muita estabilidade ou permanência ao sistema de gelo do mar Ártico se ele simplesmente se dissolver novamente no próximo verão. O gelo antigo não é tão flexível e, em caso de perda, sua estrutura pode ser mais determinante para o meio ambiente.