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SÃO PAULO – Monitorar a qualidade da água nos reservatórios pelo Brasil não é tarefa fácil. Hoje, as medições costumam ser feitas por equipes que precisam se deslocar, em intervalos regulares de tempo, até diferentes pontos dos mananciais para fazer essas medidas. Há casos em que a qualidade do líquido é monitorada por sensores, mas a tecnologia é cara e ainda incipiente no País.

Com intuito de criar uma alternativa mais veloz e barata de monitoramento, pesquisadores do Departamento de Cartografia da Unesp (Universidade Estadual Paulista – Presidente Prudente) adaptaram uma tecnologia já usada no controle de qualidade da água em ambientes oceânicos e costeiros para as águas armazenadas em reservatórios.

O disco de Secchi

A tecnologia adaptada foi, originalmente, desenvolvida por americanos e chineses e usa imagens feitas por satélite a 705 quilômetros de altitude de um disco metálico de cerca de 30 centímetros de diâmetro submergido na água para calcular a transparência ou turbidez do sistema aquático. O problema é que o algoritmo para análise das imagens foi concebido para avaliar água oceânica e não em reservatórios.

O projeto dos pesquisadores do Grupo de Sensoriamento Remoto e Tecnologia da Informação Espacial para o Monitoramento Ambiental do Departamento de Cartografia da Unesp foi criado justamente pra criar uma versão própria para uso em mananciais. O trabalho consistiu em recalibrar o sistema – levando em conta especificidades como concentração de clorofila e de totais sólidos suspensos, além de carbono dissolvido, entre outros – e desenvolver um novo algoritmo de análise para as imagens produzidas pelos satélites.

Os primeiros testes foram feitos nas águas do reservatório de Nova Avanhandava, no município de Buritama, região noroeste do Estado de São Paulo, e usaram imagens feitas pelo Landsat-8, satélite da Nasa. Os resultados foram publicados na revista Remote Sensing of Environment.

Leia a íntegra do estudo (em inglês, pago), intitulado “Retrieval of Secchi disk depth from a reservoir using a semi-analytical scheme”.